Eu não tenho nada digno o bastante para colocar em uma biografia. Sou apenas uma garota normal sentada na calçada em um dia nublado. Com os fones escapando do ouvido e um coração tão cinzento quanto o dia, eu reflito mais uma vez sobre tudo o que um dia pensei ter sido.
Todos nós somos complexos como um pequeno universo. Somos cheios de histórias não compartilhadas e segredos que temos medo de dizer em voz alta, mesmo quando estamos completamente sozinhos. Todos temos um grande medo e uma grande coragem, sonhos realizados e sonhos guardados, perguntas não respondidas e respostas na ponta da língua. A verdade é que como esse grande sistema infinito e pontilhado de estrelas silenciosas, cada um de nós carrega tanto que ainda não foi descoberto.
Oie, meu povo!
Uma coisa que sempre me preocupa é se temos analisado, de fato, a palavra ou distorcido ela conforme bem entendemos. Existe tanto senso comum, tanto ditado popular, tanta imposição cultural sobre o que é ou não é pecado. Muitas vezes nos pegamos querendo justificar nossas religiosidades e outras vezes nossos erros. Eu sempre fico pensando que, como cristãos, queremos regras incisivas e imposições claras, que nos permitam viver em uma caixinha religiosa com segurança, mas o evangelho não se trata apenas disso.
E aí, meu povo!
Estou estudando o livro de Eclesiastes, e fico cada vez mais impressionada por encontrar a mim e a tantos de nós naquelas palavras escritas há tanto tempo atrás. A verdade é que Salomão faz uma pergunta que nos persegue diariamente: qual o sentido da vida?
E aí, meu povo, como vão vocês?
Há uns meses atrás eu li o livro “Até que nada mais importe” do Luciano Subirá, confesso que o título me intrigou de primeira. Tenho me interessado muito por esse tipo de conteúdo, porque entendo que nossa busca por Ele deve ser completa e plena. Apesar desse entendimento, uma vozinha na minha cabeça sempre martelava dizendo “isso é impossível! você vai parar de se importar com a sua família, com seus sonhos, com seu trabalho?”. Tive então a oportunidade, finalmente, de me dedicar a essa leitura e entender mais do que o autor e pastor queria dizer.